A aprovação da reforma trabalhista não desanuvia a cabeça do trabalhador brasileiro. O índice de Medo do Desemprego, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que já era alto, aumentou 1,8 ponto percentual.
O indicador divulgado pela entidade chegou a 66,1 pontos, bem acima da média histórica, de 48,8 pontos. E saltou em todas as regiões do Brasil.
Já falei e repito: toca o telefone na casa do trabalhador brasileiro e ele logo pensa estar no olho da rua. Sei disso porque convivo com a base e sei do dia a dia daqueles, cuja vida, é levantar de madrugada e ir para o batente, garantir o leite do caçula.
Sem acesso à educação, saúde, cultura e boa informação, a elite dominadora mantém o brasileiro como público e não como povo. Melhor exemplifico: povo politizado não se contentaria com esse estado de coisas. Já público, só assiste…
O fato é que a reforma trabalhista aumentará a informalidade e causará um enorme buraco na Previdência. Além da precarização, a reforma tira direitos da classe trabalhadora em quase 200 pontos. E cria pretextos para sonegação de impostos legalizados.
Parlamentares de má fé patrocinaram o resultado, inclusive alguns de meu partido, o PSDB, que, na votação do “Fora ou Fica, Temer”, adormeceram em cima do muro. Essa gente não entende nada de trabalhador e de sindicalismo. Possivelmente devem tratar seus funcionários no chicote.
Ramalho da Construção
Sindicalista e deputado estadual pelo PSDB-SP